Foram 510 minutos de agonia, interrompidos pelo gol marcado por William aos 15 minutos do segundo tempo da partida contra o Bahia, na última quarta-feira. O lance, originado por um belo lançamento de Pires, abriu o caminho para a vitória por 2 a 1 sobre o tricolor baiano, em plena Fonte Nova, em Salvador.

Mas a importância do gol não se resume apenas no fato de ter tirado o Figueira da crise em que estava instalado, iniciando uma possível reação na Série A do Brasileirão 2002. Foi um momento histórico, para ficar registrado eternamente no panteão do clube e na memória do torcedor. Afinal, o time de Florianópolis ficou quase 23 anos sem marcar um gol pela elite nacional.

Para ser mais exato, foram longos 8284 dias, que duraram uma eternidade para os mais antigos e fervorosos torcedores alvinegros. A última vez que o Furacão havia estufado a rede de um adversário da primeira divisão foi em 25 de novembro de 1979. O autor da façanha foi Russo, que marcou no 1 a 1 diante do Joinville, no Estádio Orlando Scarpelli.

Na edição daquele ano do Nacional, o Figueira ainda enfrentaria o São Bento – mas passaria em branco na derrota por 2 a 0 – e teria o seu último compromisso, diante do ABC, cancelado. Depois de 1979, a equipe da Capital catarinense nunca mais esteve entre os melhores do país.

O responsável pelo lendário e redentor gol desta semana, o atacante William, não conseguia esconder a felicidade e o sentimento do dever cumprido, no desembarque da delegação alvinegra no Aeroporto Hercílio Luz, na Capital.

– Era o que estava faltando, tiramos a ´inhaca´ que estava sobre o time – comemorou.

Com seis partidas realizadas, William já faz uma análise sobre a Série A deste ano, com a já tradicional conclusão.

– Pelo que estamos vendo, está muito equilibrado, todos os times estão equivalentes – resumiu.

Sobre o próximo adversário, o Flamengo, o atacante ainda não arrisca uma previsão, mas antecipa seu sentimento.

– Vai ser o jogo da nossa vida – constatou.

MAURICIO XAVIER / DIÁRIO CATARINENSE